AGORA VAMOS ENTRAR NA FEIRA DE CIÊNCIAS DA EEPVF

Depois da abertura, onde viajamos na imaginação com estórias infantis que são contadas já há várias décadas, começamos a visita na Feira de Ciências propriamente dita, promovida pela Escola Estadual Pedro Vicente de Freitas.
Na primeira sala já tivemos uma ótima impressão do que viria pela frente. Essa turma abordou a Saúde Bucal como tema.
Fizeram um trabalho bonitinho. Cada um deles fez  uma abordagem sobre o tema, mostrando as diversas manifestações negativas nos dentes e gengiva, quando não se faz uma boa escovação e uso de fio dental.
E, previamente, fizeram entrevistas com moradores de diversas faixas de idade, bem como com o nosso dentista, Dr. Volney Fonseca, o que permitiu que os alunos apresentassem estatísticas para embasar aquilo que falavam. Pesquisa e estatística andam sempre juntas. Um dado interessante foi que 71 % das pessoas de Beli procuram dentista. Um bom percentual, em se tratando de uma zona rural.
Lembra do tema da Feira? Sustentabilidade e Qualidade de Vida - “Porque a Vida depende de nós". Então alimentação saudável não poderia deixar de ser abordada.
E ofereceram frutas e receitas à base de legumes, ricas em proteínas.
Aqui uma aulinha sobre os lipídios, que a gente sempre liga à palavra gordura. O foco maior dessas alunas foi a condenação da péssima prática de se jogar óleo de cozinha no ralo da pia. Isso agride as redes públicas de esgoto, contribuindo para os entupimentos, e são péssimos contaminadores dos rios.


               
Cada visitante recebeu uma barrinha de sabão, feito a partir de óleo usado na cozinha e sebo de boi, acrescentando-se soda cáustica e álcool. Essa fabricação também é muito comum aqui em Belisário.
Mais uma aula de saúde alimentar. Agora abordando a importância da ingestão de antioxidantes e vitaminas.
Com direito a provas de alimentos ricos em ambos. Bolo de cenoura e aveia, outro com couve, cenoura e aveia,  e vitaminas com morango e banana, e ainda, o suco detox, à base de limão com couve e gengibre. Esse a gente usa muito aqui em casa.
Sustentabilidade: interessante esse trabalho da turma do 7º ano, sob a supervisão da Professora Cristina Alves.
Uma casa sustentável, construída com garrafas pet e material reaproveitado. Veja o tapete, de tampinhas.
Mobiliado também à base de pneus velhos, um poderoso inimigo do meio ambiente. Um folder distribuído na porta define "sustentabilidade" e "reciclagem"
Veja aí a turma responsável.

Plantas Medicinais: outra abordagem muito interessante. Essa turminha do 5º ano, sob a coordenação da Professora Maria Aparecida, tratou da valorização do uso de remédios caseiros. Ninguém melhor do que o Sr. Quirino para estar presente, assessorando a turma. Minha família quando aqui chega, logo quer levar algum remédio por ele produzido, principalmente a losna.
Ainda hortelã, boldo, arruda ...
Esse tema é bem polêmico. A proibição do uso de defensivos agrícolas químicos. 
Há um dia para marcar essa luta.
Mas o nosso correspondente para assuntos de engenharia ambiental, Dr. Dárcio Calais, lá de BH, fez uma contestação recente, num comentário àquela matéria sobre o Congresso Mineiro da Pastoral da Terra, que aconteceu  aqui em Belisário, onde desafiou aos que fazem esse combate a conseguirem alimentar  a população mundial sem esse uso. E agora? Gostaria de ver comentários dos que entendem tecnicamente do assunto. É claro que deve haver a identificação na hora de comentar.
O Professor Vanderley é o coordenador desse trabalho. Gostei muito.
Vamos em frente. Para quem não sabe, a região de Muriaé é a maior produtora de peixes ornamentais do país.


Essa galera apresentou diversos tipos de peixes.
O orígem de cada um, tempo médio de vida, tamanho médio, etc.
Vamos voltar ao passado. Isso é imprescindível para se compreender o presente e para se chegar bem no futuro.
Uma exposição de fotografias de casas e pessoas que construíram a nossa história.

A professora Denise coordenou essa equipe. Também mostraram as Riquezas de Nossa Terra.
Veja quanta coisa é produzida aqui.
Denise pede para agradecer a todas as pessoas que doaram seus produtos para serem exposto.
Ainda mostrando a nosso história.
O jornal criado por D. Nina marcou época aqui.
A Cavalgada é, de fato,  o nosso orgulho. É a maior da Zona da Mata Mineira. Cerca de mil cavalos participam dela.

Um alimento orgânico tem hoje muito valor. Essa turma mostra a  importância do uso de defensívos naturais.  Pavão e outros ambientalistas da região defendem a produção em telhas, de uma mistura de arroz cozido, sem tempero, com Serrapilheira, que é a camada formada pela deposição de matéria orgânica morta, presente no revestimento do solo e retirada no interior das matas onde não tenha sido usado qualquer agrotóxico. Deixa a mistura formar esse bolor, que atrai micro-organismos, que assim deixam de atacar a plantação.
 Muitas receitas de fertilizantes naturais.
Essa turma mostra diversos tipos de solos favoráveis ou não ao plantio.
Lembram que as curvas de níveis retêm a água no solo, Mostram uma área improdutiva devastada pela queimada, que passa a ter voçorocas ou erosões. Também lembram o perigo dos agrotóxicos descerem para os rios, contaminando-os.
Uma horta orgânica.
Zé Calais e o Professor Gabriel ajudaram os alunos nesse trabalho. Uma nascente preservada é imprescindível para a sustentabilidade de uma região de plantação.
Marciele dando aula sobre Seres Vivos. Você escolhe o tema e ela explica tudinho.
Mais  três pequenos professores de Sistema Respiratório.Na verdade eles são alunos do 3º e 5º ano do E.Fundamental.
A Escola de São Domingos também presente.
Tomara que eu não tenha esquecido de ninguém. Muito bom o nível dos trabalhos e das apresentações.

Ontem soube, através do diretor da Escola, o resultado dos trabalhos, julgados por uma comissão independente.

Trabalhos de alunos do 6º ao 9º ano e Ensino Médio:

1º lugar: Saúde Bucal
2º lugar: Sustentabilidade
3º lugar: Agrotóxicos

Trabalhos de alunos das séries iniciais:
1º lugar: Plantas Medicinais
2º lugar: Seres Vivo
3º lugar: Órgãos do Sentido 

Sobre a dúvida levantada quanto ao uso de agrotóxicos, Guilherme, da Fazenda Iracambi, teceu o seguinte comentário:

Gostaria de responder ao desafio. O argumento de que não é possível alimentar a população mundial sem o uso de agrotóxicos era o maior argumento da revolução verde, que as criou, e continua sendo divulgado como verdade pela indústria química e por aqueles que fazem uso em suas propriedades. Décadas de revolução se passaram e a fome persiste. O motivo é simples. Hoje o que mata de fome não é a falta de alimentos no mundo, mas a desigualdade social. Os produtos são vendidos pra quem paga mais, e muito alimento é perdido durante o transporte ou mesmo nas prateleiras. Come quem tem dinheiro. E como quem lucra com os alimentos são os donos do supermercado ou das grandes marcas, há cada vez menos hectare plantado de terra por pessoa no planeta (a ONU diz 0.4 hoje e previsão de 0.2 em 2030). Pessoalmente, acredito que a solução não esteja na indústria química, mas na valorização do produtor rural e dos mercados locais, mais gente produzindo na roça e menos intermediários. A solução para a desigualdade social só pode vir na forma de justiça social.
Abraços 

Comentários

  1. Impressionante o trabalho aqui mostrado. Nossa Escola, seus professores e alunos são sérios mesmo
    em "produzir" conhecimento. Isso quando adquirido no período escolar, fica pra sempre e, pelo menos alguma coisa aplicamos. O que é muito necessário é incorporar a capacidade de discernir. Aprender a não ser radicais ou extremistas. Há muitos cientistas no mundo estudando, pesquisando, produzindo cada vez melhores produtos. Grandes centros de produção de defensivos agrícolas, por exemplo, como a Bayer, a Fizer, etc. estão sempre estudando, pesquisando, experimentando e é inegável que a produção agro-pecuária melhorou muito. Na minha já bastante longa vida, fico encantada de ver tantos mercados abarrotados de gêneros de primeira qualidade. Alimentos muito variados e em qualidade e quantidade que as super populações precisam. E o resultado a gente vê claramente na beleza e saúde das crianças e jovens de hoje, na longevidade que alcançamos, no resultado das competições atlético-esportívas, na melhoria da qualidade de vida.
    Interessante, em Belisário, é conhecer alguns dos antigos apetrechos dos dentistas que já se aposentaram, como do Gabinete do Sr. João Rocha. Conversar com ele sobre motor a pedal, de antes da energia elétrica, e examinar aquele boticão para extração de dentes, é uma aula comparativa, extremamente útil ao aprendizado do quanto evoluímos em menos de um século.
    Uma exposição de Ciências como a que acabamos de ver no blog do Dr. Cléber nos enche de orgulho e nos dá a certeza de que as gerações futuras conhecerão um Brasilzão de muita sabedoria e riqueza para a felicidade de todo o seu povo, de norte a sul, de leste a oeste.
    Parabéns Belisário!

    ResponderExcluir
  2. Boa noite, gostaria de responder ao desafio. O argumento de que não é possível alimentar a população mundial sem o uso de agrotóxicos era o maior argumento da revolução verde, que as criou, e continua sendo divulgado como verdade pela indústria química e por aqueles que fazem uso em suas propriedades. Décadas de revolução se passaram e a fome persiste. O motivo é simples. Hoje o que mata de fome não é a falta de alimentos no mundo, mas a desigualdade social. Os produtos são vendidos pra quem paga mais, e muito alimento é perdido durante o transporte ou mesmo nas prateleiras. Come quem tem dinheiro. E como quem lucra com os alimentos são os donos do supermercado ou das grandes marcas, há cada vez menos hectare plantado de terra por pessoa no planeta (a onu diz 0.4 hoje e previsão de 0.2 em 2030). Pessoalmente, acredito que a solução não esteja na indústria química, mas na valorização do produtor rural e dos mercados locais, mais gente produzindo na roça e menos intermediários. A solução para a desigualdade social só pode vir na forma de justiça social.
    Abraços Kléber

    ResponderExcluir
  3. Boa noite, gostaria de responder ao desafio. O argumento de que não é possível alimentar a população mundial sem o uso de agrotóxicos era o maior argumento da revolução verde, que as criou, e continua sendo divulgado como verdade pela indústria química e por aqueles que fazem uso em suas propriedades. Décadas de revolução se passaram e a fome persiste. O motivo é simples. Hoje o que mata de fome não é a falta de alimentos no mundo, mas a desigualdade social. Os produtos são vendidos pra quem paga mais, e muito alimento é perdido durante o transporte ou mesmo nas prateleiras. Come quem tem dinheiro. E como quem lucra com os alimentos são os donos do supermercado ou das grandes marcas, há cada vez menos hectare plantado de terra por pessoa no planeta (a onu diz 0.4 hoje e previsão de 0.2 em 2030). Pessoalmente, acredito que a solução não esteja na indústria química, mas na valorização do produtor rural e dos mercados locais, mais gente produzindo na roça e menos intermediários. A solução para a desigualdade social só pode vir na forma de justiça social.
    Abraços Kléber

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comente este post!

Posts mais visitados do último mês