UM DOMINGO NA BEIRA DO FOGÃO

São grandes os prazeres da roça. Essa máquina chamada fogão a lenha é mágica, capaz de produzir coisas incríveis. Mirian e eu tiramos o domingo para operá-la.

Não vi nenhum aplicativo no smartphone, para acender o fogão. Então vamos do jeito que vovó fazia, quando morava aqui perto de Belisário, na direção de Rosário da Limeira.

O foco era o forno, mas deixar um fogo maravilhoso desperdiçando não agradou a patroa. Corri no Robertinho e comprei 8 litros de leite gordo.

E como fazer para impedir que o Leite transborde sobre a borda da panela? Nem precisa de aplicativo ou recolher ao Google. Vovó também ensinou que basta colocar um prato emborcado dentro da panela.

Vamos ao forno. Vamos tentar fazer tomates secos. Tem receitas no Google. Cortar ao meio, retirar sementes e levar ao forno numa determinada posição.

Agora a parte penosa da operação. 

Momentos de muita tensão e desgaste. Ficar fiscalizando o fogo.

A patroa começa a fazer uma broa de fubá. Ela também é especialista nisso.

Vai para o forno também.

Um casal de Muriaé estava perdido no Robertinho quando fui lá comprar açúcar para o doce de leite, que estava já há muito tempo no fogo. Eles são Felipe e Luana. Ela é professora e vieram com Edmília, da área pedagógica de nossa Escola Estadual, e que está na extrema esquerda. Todos estão hospedados na casa de Sandra, também professora, na extrema direita.

Vão experimentar a BEERLISARIO. O primo Renato Sigiliano deixou 1 dúzia aqui na nossa geladeira.

Salute!

Beliscaram umas coisinhas e partiram. 

Vamos voltar ao trabalho. Hora de virar os tomates.

E as broas ficaram prontas.

Mas a patroa é insaciável. Fez também um bolo de laranja.

E o doce de leite ficou pronto.

Os tomates secos também.

E o bolo de laranja da mesma forma

Outra parte penosa da operação, que recai sobre mim: provar disso tudo, exceto o doce, que fica pra depois.

As torradas também foram preparadas no forno, já há uns dias.

Essa simplicidade foi o que nos fez abandonar a vida urbana e optar pela tranquilidade da zona rural. A matéria tem o objetivo também de provocar àqueles que podem fazer a mesma opção, mas sentem-se inseguros, como se não houvesse vida feliz longe do asfalto.

Para este vai o convite: cante com Taiguara:

Vai 

abandona a morte em vida em que hoje estás.

Há um lugar onde essa angústia se desfaz, 

E o veneno e a solidão mudam de cor

Vai 

Vai, recupera a paz perdida e as ilusões, 

não espera vir a vida as tuas mãos

L