CONTRA A MINERAÇÃO: A FRENTE COMEÇA A TOMAR FORMA

O convite para uma reunião foi feito na missa,  pela Associação Franciscana, para os moradores interessados na discussão do tema que envolve a intenção de mineração de bauxita em nossa região.

Frei Gilberto, o pároco local, foi o dirigente e saudou os presentes  explicando os objetivos deste encontro: análise das possíveis ações e abertura de frentes que possam impedir a entrada da mineração em nossa região, como anunciado pela VOTORANTIM.

Faz parte da tradição local iniciar uma reunião com uma oração. A leitura é feita em uníssono.
Os debates se iniciam.
Muito bom a presença de jovens nessa luta. Eles serão ainda mais envolvidos, daqui por diante.
Guilherme, à esquerda e Robin, na primeira foto, representam a OSCIPE Iracambi.
Pavão é produtor rural e presidente da Associação dos Pequenos Produtores da Comunidade de S. Tomé. Simone é professora e secretária do GAB. Lara é linda e tagarela.
Renato é presidente do Instituto Rio Muriaé.
Dalberto é presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Muriaé.
A gente evita falar de comes e bebes nesse blog. Vocês são testemunhas disso. Mas não posso deixar de postar essa foto. É que, o primo Renato Sigiliano trouxe uma BEERLISARIO para bebermos após a reunião. Trouxe o vidro de alho em conserva, também.
Fizemos alguns destaques da reunião:

Todos devem externar para a comunidade que há vantagens iniciais com essa vinda, como a oferta de alguns empregos e remuneração para proprietários de terra, mas são ganhos ilusórios. O exemplo está nos lugares por onde a mineração passou. Um bom exemplo é o de Itabirito, hoje uma cidade com grave situação  de desemprego e com os  problemas sociais decorrentes.
Devem ser despertados para o risco de um ganho hoje  comprometer as gerações futuras.
Conselho de Desenvolvimento Sócio-Econômico de Belisário, apesar de não ter sido convidado para a reunião, não pode ficar fora dessa luta.
Belisário é uma comunidade diferenciada, pela boa capacidade de mobilização de seus moradores e isso deve ser aproveitado, também através das redes sociais, para divulgação dos valores naturais locais, que estarão sendo ameaçados.
Foi citado a demanda hoje travada no Alto da Ribeira – SP, região onde se luta para a preservação de grande área da combalida  Mata Atlântica, onde a VOTORANTIM pretende construir barragens, com graves prejuízos ambientais, para a instalação de hidroelétricas para o processamento da bauxita.
O Ministério Público será convidado a participar do processo, devendo ser solicitada uma reunião com ele e as associações locais, quem sabe em Belisário, se houver concordância por parte dele.
A executiva do movimento deve ficar com a Cáritas da Diocese, cuja a sede passou a ser Belisário. São parte no processo: APA do Itajuru, PESB, Sindicato Rural de Muriaé, Instituto Rio Muriaé, Iracambi, Associação dos Pequenos Produtores de São Tomé, Associação Franciscana.

Foram criados Grupos de Trabalho diversos, nas áreas de capacitação de pessoas para atuarem na luta, na área de educação, junto aos estudantes da Escola Estadual, na área d comunicação, de eventos, etc. 

Aproveito para dar uma notícia interessante. Apesar de ser aqui um distrito, a sede da Cáritas Diocesana de Leopoldina foi transferida para Belisário. Leia um pouquinho do que se trata.
Um executivo foi contratado e já se encontra ligado à nossa comunidade. trata-se de Vinicius Nascimento, que é de Muriaé. Ele formou-se em Economia na UFV. Aqui pretende desenvolver projetos sociais diversos, com foco maior na Economia Solidária.

 Seja muito bem vindo, Vinicius!

Comentários

  1. Ótima iniciativa, é muito importante que a população venha a expor suas opiniões, não vamos deixar nossas lindas matas serem consumidas pela mineração, o meio ambiente precisa ser reposto e não ser destruído.....

    ResponderExcluir
  2. Uma grande batalha! Não podemos entregar nosso distrito de forma tão fácil, nas mãos de empresas que vendem uma falsa ideia de renda e lucratividade.
    O cifrão não deve ser colocado à frente da sustentabilidade. A mineração trará empregos, mas mudará paisagens, derrubará o pouco de sobrou da mata e depois de ter EXPLORADO irá para outro local, levando os empregos e a renda. E para o povo de Belisário vai restar o que?

    ResponderExcluir
  3. Mutio bem dito Leida Abreu. Melhor ter pouco sempre do que ter muito somente hoje e futuramente ficarmos a ver navios e para piorar, com o meio ambiente prejudicado o que nos atinge diretamente na qualidade de vida.

    ResponderExcluir
  4. Com tanta lucidez e sabedoria do nosso povo, acho que vai ser difícil a Votorantim arrasar o pouco que resta do nosso fragilizado ecossistema.
    A Leida resumiu tudo numa frase de "simplicidade franciscana": O cifrão não deve ser colocado à frente da sustentabilidade. E a Vanilza não deixou por menos: Melhor ter pouco sempre do que ter muito somente hoje... Na prática vamos ver que esse "muito" não vai nada além de um discreto "mais ou menos". Os produtores rurais serão os primeiros a reclamar das "merrecas" que vão receber como compensação. E os competentes advogados da Votorantim dirão a eles que a empresa está devidamente licenciada e que o subsolo do sítio não pertence a eles. Portanto, agora não adianta mais reclamar.
    Acabo de ver no telejornal da TV Bandeirantes que o Rio das Velhas, que abastece 70% da água de Belo Horizonte está com sua vazão abaixo de limite histórico. Essa baixíssima vazão é atribuída a ação das mineradoras que atuam na região. E para terminar, reforço a afirmação lapidar do Anônimo: o meio ambiente precisa ser reposto e não ser destruído...

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comente este post!

Posts mais visitados do último mês