GANHANDO COM A PERDA

Com Elis a gente canta:

Vivendo e aprendendo a jogar

Nem sempre ganhando

Nem sempre perdendo

Mas aprendendo a jogar

Parece que ultimamente a gente está só perdendo, com as mortes que têm acontecido por aqui. Mas, como disse Frei Gilberto em relação a "Tuninha", "quem vive bem morre bem", perdendo com essas mortes a gente acaba ganhando com o testemunho de vida dessas pessoas que partem. Um aprendizado.

Depois dessa perda citada, tivemos outra. Descemos hoje bem cedo a serra para nos despedirmos de Tia Mariinha Braga, lá em Muriaé. Outra morte bonita, decorrente de uma vida bonita, ainda mais enriquecida pelo fato de terem sido 97 anos.

Além dos laços familiares, ela tem muito a ver com a história de Belisário. Era filha do Coronel Francisco Gomes Campos, que dá nome à nossa Praça da Matriz. Era bisavô de Mirian.

Mas vamos parar no meio da serra. Apesar do frio lá fora, vale a pena descer do carro para fotografar esse gado. Bois ou vacas ?

Nada disso. Nessa propriedade estão criando búfalos. Vamos tratar disso especificamente numa matéria posterior. Quero aprender a respeito para compartilhar com vocês. O amigo Edson Cury, da EMATER, vai nos falar sobre isso.
Já estamos no cemitério.  Mirian abre o livro de sua infância. Revê Nilton, filho de sua tia Binalda, de quem ela tanto gostava, à direita da foto. À esquerda "tio Tininho". Com esse eu também convivi bastante, já que ele frequentava a casa de Mirian na época em que fomos namorados. Ele também é filho do famoso " Coronel Chico Gomes".
E a história continua. À esquerda Nilza, filha de "tia Mariinha". Depois Maria Letícia, sobrinha da falecida, Regina e Mirian.
Nilza guarda boas lembranças do avô Francisco Gomes Campos. Um homem elegante, generoso, religioso, membro da Ordem dos Vicentinos. Muito carinhoso com os netos, era um contador de histórias e fazia isso com maestria, fazendo uma sequência daquilo que contava. Ela não sabe se ele criava essas história ou as tirava de algum livro. Era como um teatro, inclusive quanto ao silêncio. Se alguma criança fizesse barulho ele interrompia. Naquele dia não tinha mais história.

Ela me prometeu uma caderneta de anotações onde ele relatava tudo. Uma desas anotações foi triste: "ontem fui a Belisário. Não me deram atenção por lá". Vamos conferir isso.
Vamos nos despedir da tia Mariinha em definitivo...
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... que ficará  no jazigo da família, onde também o seu pai foi enterrado. Tia Mariinha deixa um rastro de luz por onde passou. Meiga, carinhosa... Mirian guarda ótimas lembranças dela, quando morava aqui na fazenda na saída de Belisário, logo depois da ponte, no caminho de Rosário da Limeira. Lá ela e João Braga criaram muitos filhos. 
José Antônio Carneiro, hoje diretor da Escola Estadual Pedro Vicente de Freitas, foi abraçar a ex-diretora Rita Braga, filha de tia Mariinha. Ao seu lado Marquinhos Braga, também filho, e conhecido por todos os mais antigos daqui. tio Mário e tio Tininho, também são filhos do "Coronel". Logo a seguir, D. Neide Sigiliano Campos, cunhada de tia Mariinha. Ela é mãe de Juninho, casado com "Cacati" Costa. Viu como tia Mariinha tem tudo a ver com a história de Belisário?
E tem aquela máxima: quem acompanha EMBELISARIO vai pra telinha. Gisela é filha de Rita Braga, mora em Barbacena e de lá está sempre acompanhando o blog. Vê-se que é uma garota inteligente.
Um grande abraço para toda a família. 

Sobre tia Mariinha, D. Nina Campos comentou:

"Dª Mariinha, moça ainda, foi testemunha e colaboradora de muitos avanços promovidos por sua família em Belisário, como a colocação da 1ª luz elétrica, construção da ponte de cimento, na saída para Rosário da Limeira, desmembramento de terras para criação do Distrito, instalação do Cartório de Registro Civil, abertura da Escola Municipal, início da rede de esgotos, 1º trecho de encanamento da água nos domicílios, etc., contando, nas déc. de 1930 e 1940,com a ajuda e orientação do Cel Chico Gomes, vindo este a falecer aos 79 anos, em 20/12/1949.

Filha do 2º casamento do Cel. Francisco Gomes Campos, com Sebastiana da Silveira, Mariinha, nascida em 14/07/1917, em Itamuri, casou-se lá com João Braga Filho e vieram morar em Belisário. Tiveram dez filhos, tendo sido uma delas, Rita Braga Féres (foto acima), professora e diretora da Escola Estadual em Belisário por muitos anos. 

Nossos sentidos pêsames a todos da famíllia.

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