ENFIM ELA VEIO. MAS QUEREMOS MUITO MAIS

Ontem eu estava em Muriaé e no final da tarde saí às pressas, para ver se chegava EMBELISARIO antes do temporal que ameaçava cair.
Optei por passar por Rosário da Limeira, já que o trecho Itamuri está em obras e sabia que na hora da chuva a estrada iria fechar.
Não deu tempo. Já no Bairro Vermelho ela começou a cair. No alto da Serra de Pirapanema era quase impossível ver por onde eu dirigia. É que a BR 356 está em obras de recapeamento asfáltico, e assim não há marcação de pistas.
No alto da serra uma cena inusitada. Uma fortíssima queimada no lado esquerdo da pista, enquanto a chuva caia. Um lutando contra o outro. Se pudesse eu pararia o carro no acostamento e iria ficar gritando: " Vai chuva! Dá-lhe chuva!". É certo que a chuva venceu, mas não pude ver esse gran finale. Parar um carro nessas horas é falta de juízo.
Dirigir numa situação assim é algo tenso, mas ontem não. Eu torcia para que caísse mais água, mesmo com os risco, os muitos galhos na pista, relâmpagos...

Essas fotos são da semana passada. Quem não queria perder a plantação tinha de fazer como Maria, que aí aparece molhando os pés de jiló.
Essa bica em sua casa sempre jorrou em abundância.

Essas duas vieram longe para buscar água de mina.
Zé Paulino fica levando o gadinho de um pasto para o outro.
A esposa "Tatana" contou que diversas nascentes secaram por aqui.
Aqui na minha casa peguei essas fotos também na semana passada. Olha como caiu o nível do lago! Não há troca de água.
Perdi uma cará.
Em 5 anos não havia visto essa água deixar de sair por aquele "ladrão" e cair nesse rego...
... que secou.
Agora cedo foi triste. A mortandade de peixes aumentou. Olha que linda carpa colorida! Eu calço 41.
Essa eu retirei da água, mas ainda está viva. Em coma. Vi outros dois como que mortos, no fundo do lago.
E os vivos vêm à tona para buscar oxigênio.
Acho que a chuva de ontem resfriou  de repente a água e elas não resistiram. Ou foi coincidência. Elas estavam no limite da sobrevivência... Também soube por Alexon que um grande "estalo" aconteceu aqui no nosso quintal. Será que uma descarga elétrica fez isso?

O sol abriu, dissipando uma grande névoa por aqui, agora cedo.

No blog o serviço de meteorologia fala em chuva para hoje e amanhã. Precisamos de muita água.

Como imaginava, soube que o último  ônibus de Muriaé, ontem, veio até Itamuri, deixou passageiros e voltou para Muriaé para passar por Rosário da Limeira. Os passageiros chegaram aqui por volta de 21 horas. Duas horas depois do previsto.

Muita gente fala que é possível, eu já registrei na DEMUTRAN, na administração anterior, um pedido para que se oficialize: quando não houver acesso por Itamuri, que o ônibus passe por Rosário da Limeira, como aconteceu ontem. 
Hoje cedo o ônibus desceu, mas o que deveria ter chegado de Muriaé não apareceu. As professoras tiveram de ir de ônibus para Limeira e lá 2 táxis as trouxeram para Belisário. O que gastarem em transporte foi menos do que ganharam pelo dia. O diretor José Antônio Carneiro vai ainda hoje ligar para  o diretor de trânsito  da Prefeitura de de Muriaé para tratar disso. É algo muito simples, que resolve com apenas uma norma e no entanto causa muito prejuízo para o distrito.



Comentários

  1. É a situação esta caótica . No limite. Só a misericórdia de Deus pra concientizar a humanidade da nececidade de preservar a natureza e se possível reverter este cenário.

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  2. Estive em Cristal, zona rural de Laranjal, ontem. Conversei com várias pessoas sobre o estresse hídrico que estamos vivendo. Os relatos são de apavorar. Um senhor de 84 anos, Vô Lora, disse que o desmatamento e a drenagem das várzeas são os principais responsáveis, citando ainda a braquiária e o eucalipto. Mas o que dá pena mesmo é ver a impotência do produtor rural diante da destruição que estão impondo a ele. Fui ao Cristal realizar perícia técnica numa pequena propriedade rural onde foi cortado UM angico pra fazer cerca. Enquanto transferirmos ao produtor rural o ônus da conservação das nascentes e às empresas de saneamento e políticos o bônus da produção de água, enfrentaremos muitos estresses hídricos. Só pra lembrar, a água que a gente consome na cidade, transformada em esgoto e jogado sem tratamento no Rio Muriaé, nasce na roça.
    Renato Sigiliano

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  3. Com todo respeito que o Vô Lora merece de todos nós, não se pode "culpar" os eucaliptos pela falta de chuvas. A planeta Terra passa por ciclos meteorológicos que ainda não conhecemos bem. Ultimamente, tem se atribuído aos fenômenos El Niño e La Niña as variações atmosféricas fora da média. Com relação às braquiárias, a espécie mais plantada em nossa região é a Brachiaria decumbens cujo vigoroso sistema radicular em forma de estólons constitui eficiente proteção contra a erosão e, consequentemente, muito contribui para a infiltração da água no solo. É essa água infiltrada que será armazenada nos lençol subterrâneo e deste para as nascentes.
    A constatação do Renato Sigiliano resume toda a incoerência da situação ambientalista mineira/brasileira. O poder público transfere ao produtor rural o ônus de produzir INCLUSIVE água e ele ainda é punido por cortar uma árvore.
    Em tempo: O angico (Piptadaenia spp.) é uma espécie endêmica em várias regiões do Brasil e não está ameaçada de extinção

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