A MORTE SEPARA O CASAL MAIS ANTIGO DE BELISÁRIO

No livro de Marcos a gente vê que perguntaram a Jesus se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher. O Mestre lembrou que Moisés deu uma flexibilidade nesse assunto, pela “dureza dos seus corações”, mas acrescentou que no princípio da criação Deus queria que o que Ele unisse ninguém deveria separar. 
Na verdade, poucos casais conseguem cumprir aquele compromisso de permanecerem juntos,  “até que a morte nos separe”, assumido no altar. Alguns rituais nem falam mais assim.
Mas não foi o caso de Antônio Elias e Dorvalina. Depois de muitas décadas casados, somente agora ela, com 92 anos, desfez essa união, por ter falecido essa madrugada, aqui em Belisário.
O Sr. Antônio, com 99 anos, mostrou-se bastante confortado com essa perda. 
O velório se deu em sua própria casa. Aqui EMBELISARIO isso ainda é comum. Se a casa é pequena, os amigos se instalam até mesmo na cozinha.
Para servir aos amigos, uma das filhas moe o café,  para coá-lo no fogão a lenha,  tudo da forma bem antiga. 
Tristeza pras bisnetas, que vieram de Miradouro.
O enterro foi às 17 horas.
Há muitos anos os enterros tinham uma característica bem diferente. Os caixões eram rudes,  fabricados por aqui mesmo, e uns dizem que alguns mortos eram trazidos da zona rural, por pessoas embriagadas, que vinham correndo pela estrada, e às vezes paravam no caminho para baterem no defunto com vara, para ele ficar mais leve. Vamos ver se alguém confirma isso.
Olha o padrão atual do distrito.
Um bom número de pessoas se fez presente.
José Domingos dirigiu a cerimônia fúnebre na Matriz. Lembrou o comportamento sereno de D. Dorvalina e a sua extrema paciência. Também lembrou que nós aqui estamos "de passagem" e aqui devemos ter um comportamento digno, na expectativa de uma vida melhor que essa, depois da morte. Essa é a fé cristã.
Foi auxiliado por Toninha.
A funerária também participou desse ato, através da apresentação de um rico histórico da falecida. Lembra que eles se casaram em Ervália, que ela teve 4 filhos, sofreu com a morte de um outro, mas que foi uma mulher de muitas virtudes.

A despedida de Sr. Antônio Elias da companheira. Esse é sempre um momento emocionante.
E a vida continua.

Comentários

  1. Diga lá, doutor Dárcio o que você sabe sobre os enterros de antigamente aqui em Beli.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comente este post!

Posts mais visitados do último mês