SALVE SALVE O 2 DE JULHO!

Acordei cedo a parti para o Pelourinho. Hoje é um dos dias mais baianos da Bahia. É o DIA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL NA BAHIA. É como o 21 de abril em Ouro Preto.
No sudeste a gente valoriza muito o 7 de setembro, que aqui é pouco comemorado.
Carro estacionado perto da Igreja da Conceição da Praia, com subida para a Cidade Alta pelo Elevador Lacerda, com direito a uma foto da Baía de Todos os Santos.
O Pelô, que fica pertinho, ainda está enfeitado para o São João. Ao fundo a Igreja de São Francisco.
Ela começou a ser construída 1686 sendo considerada uma das mais ricas expressões do barroco brasileiro e é classificada como uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo, fazendo parte do Centro Histórico de Salvador, hoje Patrimônio da Humanidade
 
Esse prédio faz parte de minha história de vida. Trabalhei nele. Minha sala era numa dessas janelas, no Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia-IPAC. O IPAC mudou de endereço ficando todo o prédio como Centro Cultural.
Dando uma de turista, com os tambores da Escola do Olodum.
... e com as filhas da Gandhi.
Enquanto o cortejo não chegava no Pelô fui assistir a missa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.  No Brasil Colônia os negros escravos e alforriados eram devotos de Nossa Senhora do Rosário, Santa Efigênia e Santo Elesbão. Eles se organizavam em agrupações religiosas de ajuda mútua, chamadas irmandades ou confrarias. Quase todas as freguesias de Salvador possuíam alguma irmandade de negros.
A missa é uma festa só. O ritmo afro faze todo mundo mexer com o corpo. 
Na lateral esquerda os homens membros da irmandade se assentam. As mulheres também integrantes da irmandade se assentam à direita. Para integrar essa ordem há exigências, como me foi explicado por um deles.
O rito da missa guarda muita semelhança como culto afro nos terreiros de candomblé. Também perguntei sobre isso ao "irmão". Explicou-me que isso não preocupa a ninguém. Eles são católicos por opção, mas tem o culto afro nas raízes. Saindo da porta da igreja a situação é outra. A maioria frequenta também os terreiros.
Olha quem estava na missa! Soube de sua presença quando dei um zoom no grupo da música.
Regina Casé teve um palavra de saudação. O padre você já conhece. Ele oficiou o batizado de meu neto Guilherme. Veja a matéria que logo atrás.
E se achar que faltou algo, na porta da igreja o participante pode "tomar um passe", com banho de arruda e arroz. Isso já não tem relação com a missa nem com a liturgia da igreja. Isso é Bahia!
Bom! Vim aqui para ver o cortejo do 2 de Julho. Vamos mudar o foco, falando um pouco sobre essa data, a partir de dados do google.
A Independência da Bahia foi um movimento que, iniciado em 1821 (mas com raízes anteriores) e com desfecho em 2 de julho de 1823 durante a Guerra de Independência do Brasil.A história contada pelos baianos vê a Conjuração Baiana (1798) como um movimento que arraigou o sentimento de independência em relação a Portugal ainda mais forte do que em a Conjuração Mineira (1789).E ainda entendem os baianos que em Minas o o movimento de independência se deu entre as famílias mais abastadas, enquanto que na Bahia o movimento teve maior participação ativa de gente humilde atuando até com a colocação de cartazes nas ruas concitando o apoio de todos.
Eu já falei: história varia de acordo com aquele que a conta, ou não é assim, professor Cristian?
Na história mineira temos os nosso heróis como Tiradentes, Tomaz Antônio Gonzada, Bárabara Heliodora... o 2 de Julho também tem os seus.
O soldado Soledade participou da luta contra os portugueses com a função de passar ordens à tropa brasileira, por meio dos toques do tambor, no município de Cachoeira-Ba. Morreu em combate.
A baiana Maria Quitéria, uma mulher de gênio forte tinha habilidades para manusear armas de fogo e foi exemplo de bravura nos campos de batalha, numa época em que atividades do exército eram exclusivamente masculinas, Quitéria cortou o cabelo, vestiu-se de homem e se alistou com o nome de Medeiros, para poder ingressar no batalhão. Seu pai a reconheceu duas semanas depois e a impediu de continuar na batalha, mas o major José Antônio da Silva Castro não permitiu o desligamento da moça, pois ela tinha disciplina militar e facilidade para manusear armas. Cade um tem a sua história.
A PM estava fortemente presente. Esse evento historicamente já é um movimento de protestos. Esse ano então... tudo correu muitíssimo bem. 
Esses representam os vaqueiros que ajudaram na expulsão dos portugueses.
Olha que lindo o Pelô! Olodum, filhos/filhas  de Gandhi, Banda Didá, Verde e Rosa... todos os blocos afros presentes na festa. Veja o filme com o belo ruído dos tambores que essa turma faz.
Dezenas de fanfarras e filarmônicas de escolas estaduais da capital e do interior. Não dá prá fotografar todas. São muitas.
A festa tem o caráter cívico-político-religioso. Tem espaço para tucanos...
... para o PCB...
... PT. Esse é o ex-ministro e ex-Deputado Valdir Pires. Gente de bem!
E mais expressões culturais do interior da Bahia.
A irmandade fica de plantão na porta do templo. Você verão prá que.
O maestro Fred Dantes é muito conceituado na Bahia.
E vem mais protestos...
A Globo só leva cacetada.
Olha ai mais heróis/heroínas do 2 de Julho
Os índios guaranis...
Essa é uma figura imprescindível no cortejo:  CABOCLA. O CABOCLO  a espera lá no Campo Grande, onde ambos se encontram.e o cortejo termina.
O Caboclo está presente nas comemorações da Independência da Bahia desde 1824, quando a população, para relembrar a entrada do exército pacificador em Salvador, enfeitou uma carreta tomada do inimigo na batalha de Pirajá, puseram sobre ela um velho de descendência indígena e levaram-na, em cortejo, da Lapinha ao Terreiro de Jesus, o ritual se repetiu no ano seguinte e, em 1826, foi esculpida a imagem do caboclo que circula nas ruas até os dias de hoje. Os índios também combateram os portugueses na Bahia.
Outro herói. Thomas Alexander Cochrane, mais conhecido como Lord Cochrane. Ele  foi convidado por D. Pedro I e José Bonifácio para lutar à frente dos navios brasileiros durante os conflitos de Independência do Brasil na Bahia. Seu apelido "Lobo do Mar" foi dado pelos franceses por conta das apreensões de embarcações que fez durante as guerras napoleônicas. 
Agora vem o motivo da presença da irmandade na porta da igreja. Todos os políticos entram lá para receberam uma bênção. Ai no bolo está o governador Jaques Wágner (PT). Ele foiu muito vaiado. Nos cortejos anteriores ele era o mais aguerrido dos  manifestante, quando era oposição
Hoje está assim. Uma maluca foi presa por ter jogado um copo de cerveja no seu rosto.
Já ACM Neto (DEM), prefeito de Salvador,  foi muito aplaudido
Essa foto é só para destacar algo que sempre falo em relação aos baianos. A fama que têm de preguiçosos é uma falácia. O que eles fazem para ganhar dinheiro na hora das grandes concentrações não está no gibi.Olha o casal subindo com saco de gelo pela multidão. Isso é o tempo todo, mais um montão pegando latas pelo chão... 
Agora são torcedores do Bahia pedido a cabeça do presidente do Clube, Marcelo Guimarães.
Esse já são malucos. Pedem revolução no país.
E teve protesto das "vadias"
Mas o negativo estava por vir. Dei falta da carteira da OAB e da carteira de motorista, além de 70,00. Ou fui furtado ou deixei cair na hora de pagar. Fui até a delegacia par fazer BO. Problemas a vista.
A gente que vem da roça na cidade grande sempre dá uma de mané.

Comentários


  1. Lindas coisas a Bahia tem e muito bom gosto também você tem em escolher as matérias do seu blog, Cléber.
    SARAVÁ, meu filho !
    Um banho de arruda era tudo que eu gostaria de ter agora...
    Estamos cansados, trabalhando muito no livro... Boa noite, que
    você também trabalhou mais no 2 de Julho que a Maria Quitéria !
    Belíssimo "scanning", ou seja, esquadrinhamento do assunto.



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  2. Muito obrigada pela belíssima reportagem Cléber! Você não tem outras?

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