EDUCAÇÃO: NUNCA É TARDE

Para fechar a noite, dei uma ida à Escola Estadual Pedro Vicente de Freitas. A funcionária Eva havia me convidado a isso: conhecer a nova turma da EJA - Educação de Jovens e Adultos, que é " uma modalidade da educação básica destinada aos jovens e adultos que não tiveram acesso ou não concluíram os estudos no ensino fundamental e no ensino médio", sendo a idade mínima para ingresso na EJA é de 15 anos para o ensino fundamental e 18 anos para o ensino médio.

Eu fiquei entusiasmadíssimo com o que vi.

A professora Simone estava tocando no CD a música CAÇADOR DE MIM, de Milton Nascimento.

Fiquei impressionado por ver uma turma em Belisário interpretando uma música de Milton e com a qualidade da interpretação e da condução do tema pela professora Simone.

Não poderia haver nada mais desafiador para essa turma, que  tem uma luta para encarar durante o dia, mas que acredita  em um tempo melhor, através da educação.

                                  " Nada a temer senão o correr da luta

                                         Nada a fazer senão esquecer o medo"

D. Elvira se sente jovem para encarar a vida

Ele(a)s participam do debate.

"Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura"

Glória, à direita da foto a baixo, canta bonitinho a música. É muito participativa e quem a conhece sabe que tem os seus sonhos. Vai longe

                                                                      "Longe se vai

              Sonhando demais"

São donas de casa, funcionários públicos da limpeza ...

No intervalo, um "péla égua", ou canjiquinha, para quem não conhece a expressão.

Eu também encaro. Muito gostoso!


Veja e analise a letra você também:

Caçador de Mim

Milton Nascimento

Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim

Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim.

A gente aqui em Beli acredita piamente que toda e qualquer transformação do lugar só pode ser feita através da educação.

Essa cena é fresquinha. Enquanto estou blogando, Mirian, que também é educadora, ajuda essa turma a fazer um trabalho de inglês. Já é o terceiro grupo que veio aqui desde ontem.