UM PERDA IRREPARÁVEL

Como comentei em matéria anterior, meu queridíssimo cunhado Víctor faleceu ontem, quinta-feira.
Um perda irreparável para quem com ele conviveu.
Centenas de pessoas compareceram ao seu sepultamento. Um belíssimo culto de ação de graças pela sua vida aconteceu na centenária Igreja Metodista do Catete.
Belíssimos depoimentos de pessoas humildes, diretores de empresas públicas e privadas, diretores de museus, artistas...
Veja o comentário e foto que saiu no face "amigos do Victor José Ferreira"

O Condutor Nº 1 do Movimento de Preservação Ferroviária pegou seu "bonde" sozinho e se mandou para estação eternidade.
O Condutor # 1 do MPF. Pegou seu "bonde" sozinho e se mandou para estação eternidade.

























Sobre Víctor já dezenas de pronunciamentos em sites, blogs, faces, mails, por esse Brasil a fora.
Veja esse escrito por ninguém menos que Ivans Lins:

Queridos amigos, fãs de trem.

Hoje perco um grande amigo, um Victor (não é o Martins não), mineiro, ferroviarista, defensor ferrenho da volta dos trens aos trilhos brasileiros, de onde nunca deveriam ter saído. Victor José Ferreira, marido doce e maravilhoso, pai doce e generoso, um mineiro maravilhoso, patriota, nacionalista, humanista.
Pois é, gente, "vão-se os heróis, ficam os caracóis", dizia Ed Maroccas, ou "vão-se os heróis e ficamos em maus lençois", dizia Vanzinho de Terê, o filósofo GG.
Como sabemos, os políticos brasileiros, na sua mediocridade histórica, desmancharam nossa rede ferroviária, no país onde ela mais faz sentido no hemisfério, Brasil, para dar lugar às rodovias, onde a "dentadura de Hachake", funciona mais sorridente, beneficiando empreiteiras, máfias de ônibus, industrias automobilísticas, industrias de autopeças, industrias de pneus e outras mais, encarecendo fretes, matando milhões de pessoas a cada década, encarecendo e com o tempo, congestionando o nosso ir e vir, estressando motoristas, aumentando a grosseria das pessoas, a intolerância, alimentando a violência incubada em cada cidadão, aumentando os gastos com saúde, previdência, segurança e muito, muito mais coisas. Até hoje não se ouviu nenhuma 'mea-culpa' dessas figuras que, através de nossos votos, pensam que são donos do "bel-fazer" neste país.
Na frente dos movimentos ferroviaristas, vinha sempre o Prof. Victor, com sua voz calma, grave e sábia. Esse sujeito, mesmo com essas características, fez foi barulho. Muito barulho. Mineiro bom é assim. Parece quieto, mas comanda tempestades, no bom sentido, claro. Muita gente se achegou aos movimentos. O assunto veio ganhando força e, se os brasileiros realmente quiserem (largar seus carros nas cidades, não se estressarem nas estradas, não correrem tantos perigos de vida por desatenção propria ou de outros, conseguirem ter horários mais cumpridos, poder viver fora dos grandes centros mas trabalharem neles, etc, etc), essa tímida política ferroviarista que agora começa a se desenhar nos gabinetes públicos, pode ser transformada num mutirão nacional, onde os trilhos possam voltar a devolver aos brasileiros mais paz, tranquilidade, liberdade, pontualidade, prazer, saúde e econômia.
Pensem nisso, cidadania é pensar e, se der, fazer!
Que os trilhos do céu recebam o Victor no seu trem encantado!

Alea jacta est,

Ivan lins

Comentários

  1. Eu, Jayme, Elbio e Bernardino, saímos de Além Paraíba, ontem, e fomos ao Rio nos despedir do nosso muito caro amigo Victor. Não chegamos a tempo de assistirmos à cerimonia religiosa, mas sua viúva Celi e outros amigos nos informaram que foi muito singela e tocante, à altura da dignidade e da grandiosidade dele.
    No cemitério, muitos de seus incontáveis amigos e parentes também ali estavam. Vários, sob aplausos e com muita emoção, proferiram breves palavras que traçaram e refletiram o perfil do ente querido, do amigo leal, do profissional competente, do entusiasta aglutinador da causa ferroviária, do inconteste lutador, do poeta, literato, 'papo bom' e agora saudoso Victor.
    Uma pessoa tão grandiosa quanto o Victor não poderá, nunca, ter sua vida resumida em uma única palavra; ainda mais a dele, que as sabia usar tão bem. Mas, se a mim fosse dado o poder de condensar o que representou a passagem do Victor pelas nossas vidas, nos presenteando com sua amizade e nos contagiando com o seu irrestrito amor ao próximo e aos ideais que defendia, eu diria: GENEROSIDADE.
    O Victor é uma daquelas pessoas a quem eu costumo chamar de P.A.I., Pessoa Admirável e Imprescindível, que nos deixa um legado extraordinário. E como disse o seu cunhado Clóvis, naquele momento de despedida: "O Victor é agora um maquinista, conduzindo uma reluzente Maria-fumaça pela estrada de ferro que o leva a caminho do céu. Piuuuííí!". Boa viagem, amigo.
    Plinio Fajardo Alvim.

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