SANSÃO E O MENSALÃO

Affonso Romano de Sant Anna- (comentário na Radio Metrópole/Bahia)

Quando menino me impressionava muito a história de Sansão- aquele herói biblico que tinha uma força descomunal e acabou nos braços da sedutora Dalila, que artimanhosamente lhe cor tou os cabelos. Sem os cabelos ele não tinha mais força. (Não sei porque penso em Marcos Valério, cuja imagem nos veio primeiramente como um personagem careca).
E a história de Sansão prossegue. Dizem que o tempo passou, o cabelo dele começou a crescer de novo e um dia, achando-se suficientemente forte e igualmente desesperado, foi ao templo dos inimigos e resolveu botar pra quebrar. Ou seja, decidiu derrubar todo templo usando sua força descomunal. Como a gente já viu nos filmes que fizeram sobre Sansão e Dalila, ele se apoiou nas colunas ferozmente e fez tanta força que o templo começou a ruir e e pronto foi tudo por terra. Aí ele falou uma frase que ficou para sempre na minha lembrança? -Morre Sansão e os filisteus! Ou seja, ele morria, mas morriam todos os inimigos soterrados com ele.
Penso nisto ao ver noticias de Marcos Valério ameaçou botar a boca o trombone. Ou seja, derrubar as pilastras do templo politico, levando de roldão ídolos e mitos. Aliás, o primeira sindrome de Sansão foi a do ex deputado Jefferson quando denunciou o esquema do mensalão, do qual ele próprio fazia parte Ele estava dando um tiro no próprio pé. Ele foi vitima da propria derribada e saiu entre ser herói e bandido. Agora Marcos Valério está anunciado que o templo vai cair por inteiro, porque o abandonaram ali calvo e desprotegido.
Embora haja quem diga que ele está jogando e blefando, parece ele tem ainda alguma força e pode sacudir as colunas e pilastras de nossos partidos políticos.
Se isto acontecer, se essa hecatombe ocorrer vamos ter que repensar nossa política. Ou não ( como aliás dizia o baiano Caetano Veloso).

Affonso Romano de Sant Anna é poeta, membro da Academia Brasileiras de Letras. Estivemos com ele em Juiz de Fora nesse fim de semana. Mantemos relações familiares, em função do nosso querido Instituto Granbery, onde ambos estudamos.

Comentários


  1. Como povo, eu me vejo "Dalila". Aquele PT que tão bem soube seduzir o povo, prometendo acabar com a improbidade não digo só política mas administrativa também, há tempos vem se revelando o maior trambiqueiro;
    todo mundo via, todo mundo sabia mas não tinha como denunciar, só mesmo um Roberto Jefferson, que tem como apresentar a prova: ele próprio, um deles. Vejamos agora se o processo vem a termo e se a tal Lei da Ficha Limpa não é mais um engodo. Se há herói nessa façanha sansaniana, parece-me ser Roberto Jefferson. Não deixa de ser virtude um réu-confesso, ainda mais quando não é crime só dele, mas de um enorme bando em quem nós os eleitores confiamos.

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