INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Hoje, 21 de janeiro é comemorado como o Dia nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A sociedade contemporânea tem trabalhado muito esse tema, na busca de uma sociedade mais justa e mais respeitosa.

Foram excelentes meus 15 anos em salvador, uma cidade onde a diversidade faz parte da rotina do cidadão, para abrir um pouco a minha cabeça a respeito do tema. É que muitos “valores” nos são passados, muitas vezes absolutamente inverídicos, e sem qualquer fundamento, quando tratando da religião do outro. Em relação ao candomblé, por exemplo, quanta bobagem tive de tirar da minha cabeça, para conviver com uma amiga pessoal que era “mãe de santo”, e muitas outras pessoas ligadas àquela religião de matriz africana. Isso não mudou a minha fidelidade à teologia cristã.

A inspiração para levantar aqui esse tema veio de um artigo que recebi do amigo Tony Vilhena, cientista social, especialista em ciências da religião e membro do Comitê Inter-religioso do Pará, que esteve aqui em Belisário em novembro de 2010. Nsse artigo Tony cita o fato do escritor Luis Fernando Veríssimo ter publicado em muitos jornais, no último dia 19 um artigo onde ele pede desculpas aos membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, conhecidos popularmente como mórmons, por ter comentado, em tom sarcástico, que caso Mitt Romney, seguidor daquela Igreja, vença as eleições dos EUA, aquele país passaria a ter três ou quatro primeiras-damas transitando na Casa Branca. Veríssimo desconhecia que esta prática da poligamia não existe mais nessa Igreja há mais de um século e o membro que adota o “casamento plural” é excomungado.

Declarou ainda Veríssimo - Gravarei com brasa na testa, para nunca mais esquecer: informe-se antes de dar palpite.

Leia mais sobre o tema:

A intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a diferentes crenças e religiões. Em casos extremos esse tipo de intolerância torna-se uma perseguição. Sendo definida como um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana, a perseguição religiosa é de extrema gravidade e costuma ser caracterizada pela ofensa, discriminação e até mesmo atos que atentam à vida de um determinado grupo que tem em comum certas crenças.

As liberdades de expressão e de culto são asseguradas pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal. A religião e a crença de um ser humano não devem constituir barreiras a fraternais e melhores relações humanas. Todos devem ser respeitados e tratados de maneira igual perante a lei, independente da orientação religiosa.

O Brasil é um país de Estado Laico, isso significa que não há uma religião oficial brasileira e que o Estado se mantém neutro e imparcial às diferentes religiões. Desta forma, há uma separação entre Estado e Igreja; o que, teoricamente, assegura uma governabilidade imune à influência de dogmas religiosos. Além de separar governo de religião, a Constituição Federal também garante o tratamento igualitário a todos os seres humanos, quaisquer que sejam suas crenças. Dessa maneira, a liberdade religiosa está protegida e não deve, de forma alguma, ser desrespeitada.

http://www.guiadedireitos.org

Comentários

  1. Ótima matéria! Um assunto até bem
    pouco tempo estudado entre nós. Muita gente acha que seguir uma religião é uma obrigação. E aquele que é indiferente pode até ser de moral duvidosa. Nossos pais mesmo nos obrigaram a seguir esse ou aquele ritual. A ideia, com certeza, era de dar uma boa formação moral.
    O que acho muito certo é conhecer as várias religiões e seus livros sagrados. E tratar o assunto como ciência. Há pessoas que não sentem
    pendor para o sentimento e a expressão religiosos. Já, há outras que encontram na religião tudo que precisam para seu alimento espiritual. O que aborrece é a propaganda e a exploração, muitas vezes molestando o sub consciente e o bolso das pessoas. É preciso não ser tão ingênuos, pois ninguém, que eu saiba, tem o conhecimento de Deus. Os crentes,
    é lógico, têm de ser respeitados. Mas, os descrentes também. Do jeito que muitos de nós fomos educados, não seguir uma religião é um desdouro. Acho, por exemplo, que o batismo infantil, uma escolha feita pelos pais, deveria ser deixado para que o indivíduo, se quisesse, optasse por ele ao atingir a maior idade.

    ResponderExcluir
  2. Sempre é bom trazer este assunto para a roda de conversa. Precisamos abordar o respeito à diversidade religiosa para uma nova sociedade. Pareabéns!!!
    Um dia retorno a linda Belisário...
    Tony
    Belém/PA

    ResponderExcluir
  3. Muito oportuno!!!!
    Robinson Ávila

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comente este post!

Posts mais visitados do último mês