VEJA COMO FOI A REUNIÃO COM A CBA

Foi positiva a avaliação da reunião havida ontem à noite no GAB entre a comunidade de Belisário, a ONG GAIA e a CBA- Companhia Brasileira de Alumínio, do Grupo VOTORANTIM.

Dela também participaram 3 representantes da CPT – Comissão Pastoral, a ONG Iracambi, o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

Sem que se tenha perdido o espírito fiscalizador e questionador dos presentes, muito necessário nesse assunto, o ambiente foi cordial e respeitoso, de ambas as partes.

Alguns flashes do evento:

• A pesquisa inicial das jazidas se estenderam por uma faixa de (30 x 70) km. A exploração iniciou-se na região de Itamarati de Minas em 1992 e em 2005 em Mirai. Os expositores não se sentiram seguros em relação à previsão da chegada em nosso região. Alegando que fatores diversos, principalmente o mercado internacional de alumínio definem isso. Numa previsão rasa declaram que não deve ser inferior a 5 anos.
• Procuram passar tranqüilidade aos presentes em relação ao avanço da metodologia de exploração, acompanhando os avanços na legislação ambiental. A forma de lavagem do minério, por exemplo, já reduziu em muito os danos causados aos cursos d”água, pelo fato de se exigir hoje a construção de bacias de contenção, específica para a lavagem, com reaproveitamento dessa mesma água, por um período de 30 anos.
• As intervenções em cada propriedade duram, aproximadamente, de 2 a 6 meses, após o que, o solo rico retirado e depositado em local próprio, é retornado para o seu local de origem, com replantio da vegetação anteriormente existente. Durante esse tempo e mais um período de cerca de 4 anos (posso ter me equivocado nesse prazo), o proprietário rural é indenizado pelo lucro cessante decorrente da perda de sua produção até que o local se torne novamente produtivo, além de receber uma participação de 1,5 % sobre o minério extraído. Profissionais da Universidade de Viçosa acompanham essa transição, buscando aumentar a produtividade do solo após a sua recomposição.
• Nessa participação sob a extração, a Prefeitura também recebe 3 % de royalties. Segundo a CBA essa verba é “carimbada” para aplicação na reposição dos danos decorrentes. Ai Belisário grita: “Tomara que assim seja”
• Para cada hectare desmatado a legislação exige 4 hectares de plantio de espécies nativas, por parte da mineradora.






Frei Gabriel, da Igrja Católica de Belisário


A preocupação que ainda permanece diz respeito à diferença entre as atuais áreas onde há a mineração, grandes propriedades de pastagens e a região de Belisário, constituída de pequenos produtores e muitas nascentes.

Também em relação ao Parque Estadual Serra do Brigadeiro, que não pode ser afetado pela mineração, a CBA entende que não há impossibilidade de exploração dos 10 km que representam a sua “zona de amortecimento”. Sobre isso, há uma ação ajuizada, ainda em fase de conhecimento por parte do judiciário.

Enquanto isso, o Projeto Ecos da Mata vai ter o seu encaminhamento normal, desenvolvendo ações de valorização do turismo na região afetada, independente do início da exploração na região e os encontros com a comunidade para esclarecimento de pontos nebulosos também.

Comentários

  1. A proposta parece interessante, mas dá um frio na barriga. rs! Gostaria de conhecer um pouco mais este projeto de extração de minério ai na região.

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  2. Cenário contraditório este, na qual uma empresa mineradora contrata uma ONG externa (Campinas-SP) para lapidar um potencial já iniciado por ONGs locais, no caso o turismo de base comunitária, sendo um segmento insustentável caso realmente a extração da bauxita ocorra na região de Belisário/Itajurú a curto prazo (5 anos). Espero que até lá, muitos reservas particulares do patrimônio natural (rppns) já tenham sido criadas, que os agricultores já estejam recebendo benefícios do ICMS Ecológico e o Bolsa Verde, como também muitos turistas/visitantes em suas propriedades! A ONG Iracambi acredita neste trabalho! Já estamos fazendo a nossa parte! Junte se a nós! Abraços, Gustavo Toledo!

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