O CAFEZINHO É MUITO CARO! SERÁ?

Muitos reclamam o valor cobrado pelo cafezinho em um bar ou lanchonete, ou pelo quilo cobrado no supermercado, por essa bebida que faz parte da rotina do brasileiro, seja na primeira refeição diária, que já leva o seu nome: café da manhã ou depois de pedir a conta no restaurante. Também quando se quer dar uma paradinha no trabalho, manter o estudante ou caminhoneiro acordado para a sua labuta, para recepcionar a visita na casa do mineiro ..., o café é sempre bem-vindo.
Entrevistamos um de nossos produtores e ele não aceita a afirmação de que o produto seja caro. Muito pelo contrário, Olindo Vital Filho, ou “Lindinho”, como todos os demais produtores, reclama muito das dificuldades enfrentadas nesse negócio, com baixíssimo retorno.
“Os custos são altos, a mão de obra é escassa e cara para quem paga. Uma saca de adubo custa R$ 44,00. São muitos os riscos entre o plantio e a entrega do café na ponta, para ser levado à torrefadora”, afirma Lindinho
O processo começa com a marcação das linhas das mudas, dentro de curvas de níveis, como manda a técnica. O solo deve ser analisado por um agrônomo. A partir daí deve ser tratado com calcário e outros tipos de adubos.
Preparado o solo, são plantadas as mudas e aguarda-se cerca de 30 meses para a primeira colheita, geralmente ainda fraca. Até lá é necessário cuidar do plantio. Capinas, cercas, aceiro para isolar áreas contra possíveis focos de fogo...


A colheita se dá entre os meses de maio e julho e geralmente é feita de forma manual. Lonas ou plásticos são colocados debaixo dos pés, para facilitar o processo e sujar menos os coquinhos, já que o café colhido fora da lona precisa ser lavado em tanques


A colheita é espalhada no terreiro, para a secagem e diariamente são movimentados através de rodos, para acelerar o processo. Se houver ameaça de chuvas, junta-se o pessoal para que seja recolhido ou coberto com plásticos.
O próximo passo é passar os coquinhos pela máquina beneficiadora, despejando-se os sacos um a um, para que a casca seja retirada e os grãos separados.


Uma amostra é levada para um provador habilitado que torra, mói e bebe o café, classificando-o em rio comum, riado, duro, mole ou estritamente mole. Ainda segundo Lindinho, a maioria do café produzido na região é o rio, embora José Calais produza o mole, de melhor qualidade.

O cuidado na escolha das mudas, a altitude da plantação, o manejo, a forma de colher o grão, a limpeza do terreiro e outras questões são determinantes na classificação. Lindinho acha que altos investimentos podem não justificar a busca de uma melhor classificação.


Na foto com os filhos dá para ver um Lindinho cansado, abatido, com os olhos vermelhos decorrente da labuta.

E você ainda caro o preço do café?

Comentários

Posts mais visitados do último mês